Mamede Gilford de Meneses
Itapipoca / CE

 

 

Amostra de um arteiro

 


Em má hora
Você chegou,
Me abraçou,
Furtou-me a honra
E com arrogância
Deu-me a fragrância
Do nefasto desamor,
Mas não me afetou!
Um adágio popular
Diz em bom tom:
“Se conselho fosse bom
Ninguém o queria dar,
O trocaria por dinheiro”.
Amostra de um arteiro
Esquece-me, e os meus...!
À lustrar tua vela
Conquista uma bela,
Ou um dos teus...
Na sequência entregou
Os trapos dele aos ventos
E às vistas dos rebentos
Energicamente o expulsou.
Esta atitude embalou
Sobremaneira o coração
Do ofendido, que, sob emoção
Quis matar a ofensiva e amarelou
Porque a luz alusiva
A quem o pôs neste mundo
O tornou passivo e mudo
E o desculpou de forma incisiva.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "4º Anuário da Nova Poesia Brasileira" - Maio de 2018