Rubens Alves Ferreira
Taguatinga / DF

 

 

Intuição

 

           

Quando se corre atrás... adulando. Fazendo perguntas das quais já se tem a resposta... quando a cabeça procura o aconchego de um corpo inerte... de uma alma fria, torturada, ressentida e preconceituosa... essa busca por aproximação... atenção... comunhão, é a queda. A falta de auto e mútuo respeito. Nessa vida sombria, a Intuição e o sonho podem dirimir sentimentos e situações. A intuição insinua; e no sonho aparece, a descoberta de nunca se ter vivido. Sonho... mesmo em preto e branco... algo com matizes próprias e especialíssimas.
Quando a cabeça, mesmo sonolenta, busca com doce malícia, saciar a paixão. Procura o ombro, e é recebida e envolvida em um abraço acolhedor. Convite. Aconchego entre almas que se fundem. Aí, sente-se que nada de mal pode sair disso; ou não deveria. É o caso do emergir do subconsciente para temperar a vida. Por que o abraço irá se desfazer e os olhos se abrirão para receber o dia. Real.
Há um fogo entranhado que se revela na pele, no olhar, na aura – depende... nesse confluir-se para um... quando mesmo na cegueira completa, um corpo procura o outro e encontra... quando uma boca sabe da outra... e o abraço se torna tudo o que importa.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "7 Pecados Capitais"- Edição Especial - Abril de 2017