Alberto Magno Ribeiro Montes
O dia do Juízo Final
Após um longo tempo, finalmente chegou o fim das eras. E apesar de todo contratempo, tudo aquilo que era, não mais era. Num mar de lama, cabeças aguardavam o Julgamento Geral. Algumas decepadas, já… Trombetas anunciavam o evento e jogavam sons apocalípticos terríficos ao vento. Numa nuvem fria, em seu trono etéreo, chegou o Supremo Juiz, e apontando-nos, um a um, o verdicto fatal jogava em nosso nariz. Um morrera atropelado, de repente, sem ter havido tempo de arrepender-se dos tantos pecados que cometera. A morte o pegara desprevenido. E por isso, para o fundo do caldeirão foi destinado. Outro, fora esfaqueado, mas no caminho do hospital, tempo tivera, antes de morrer, de arrepender-se de tudo. E com isso, o Céu conquistara. Hitler foi perdoado, o que não consegui entender…E sentado ao lado direito do bom ladrão, agora se encontrava. Joana D”Arc, para o Céu direto foi. Ele com pena ficara, pois já havia pago seus pecados, experimentando fogo o suficiente. Os juízes da Terra, acorrentados, em bando apareceram. E as portas do Inferno lhe foram mostradas. Ao perguntarem o motivo, como resposta receberam: “Não julgueis, para não serdes julgados”. E assim, um a um, vivos e mortos, todos foram sentenciados por suas obras. E no Livro da Vida, até então, poucos nomes restavam. O tanque de fogo, ah…esse transbordava!!! Ensopado de sangue já se encontava… Por fim, o Senhor, apontando o dedo em minha direção, com sua voz de ira implacável, disse em tom esbravejante: VOCÊ!!!… Nessa hora acordei, suando frio, o coração disparando…
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Poema
publicado no livro "7 Pecados Capitais"-
Edição Especial - Abril de 2017 |
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