Conto
publicado no livro "A fantástica arte de invenar histórias"
- Edição 2013 - Julho de 2013 |
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História
de um amor universal
Lá em cima daquele morro, tem uma alma que chora. - Senhor, eu não entendo... - Contar-lhe-ei a história! Estas almas se fundiram, quanto a isso não há
fim. Há milhões de anos-luz, já disseram o seu
sim. Unir-se-ão; afastar-se-ão, quantas vezes precisarem,
pois são almas que se amam, porém, se encontram em duro
aprendizado. Juram sempre, a si mesmas, nunca mais se separarem, se
corrigirem e se perdoarem, mas cada um sempre olha o seu lado. Ele,
o aventureiro cavaleiro da capa, um conquistador de mundos. Ela, a orgulhosa
deusa dos ventos, beija-te uma face, e bate na outra, conforme você
fala com ela. É sempre neste morro que ela fica, e daí,
nunca sai, esperando que ele chegue e a ame, na relva, entre as flores.
É mesmo lamentável, um amor sem igual, lindo, ao céu.
Veja a alma que chegou: o cavaleiro da capa. Eles se amam, mas, não
se entendem e não se esforçam. Ele por ela um ciúme
louco, ela por ele um amor profundo. Ele, por vingança, a abandona
e parte para outros braços. Ela, por dor, vinga-se em outros
homens, menosprezando-os. Sempre estiveram e estarão sozinhos,
de almas solitárias, mesmo que esteja, cada um, com outras almas
do seu lado, nunca serão felizes. Almas, estas, que se sabem
usadas e menosprezadas, mas que também não os deixam.
E sempre que eles se aproximam, elas avançam e os separa. Ambos
possuem a capacidade perceptiva do perigo, mas, jazem na dor a preferir
lutar. Sofrem. Embrenham em aventuras, provocando a perdição
de outras almas, que formam falanges da destruição. Nunca
têm uma boa morte, pois que, conquistam inimigos que vão
se transformando em átomos de ódio. Assim será:
ele, sempre partindo, ela sempre no morro, em seu triste choro de lamento,
até o final do aprendizado. Quando estão juntos, se maltratam
e se magoam, interrompem a ligação com o universo e nunca
vencem a luta. Quando se encontram, se amam, no amor da saudade e renovam
as juras. Juras, feitas um ao outro, de nunca permitirem uma nova queda,
mas se deixam fracassar, nas situações de influências
mundanas. Retornam para o mundo da ilusão e novamente se perdem.
São almas em formação, hoje, juntas reforçaram
o amor entre elas, aprenderam um pouco mais, com o erro, em que sempre
incorreram. Pensam que sofrem um com o outro, sofrem muito mais em braços
de outras almas, que serão vazios do amor que esperam, ilusoriamente,
encontrar. Amores que os farão amargar na dor de não se
perdoarem. Mas o que leva estas duas almas ao amor eterno é o
merecimento de estarem juntos na sua evolução, é
o verdadeiro amor que as une, mesmo com todos os erros. Ambos sofrem
e deformam a cada dia, os corpos que habitam.
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