Roberto Antonio Deitos
Cascavel / PR

 

 

O choro das lágrimas

 

Brotaram das ruas os gritos de mudança
Sonhos alargados nas lutas
Dores da angústia das promessas
O povo chorou as lágrimas derramadas
Das promessas rasgadas
Por que o povo sabe chorar ainda?
Esta era a pergunta nos altos escalões
Dos poderes da República
Na sua ânsia de salvar o povo
Desesperado nas ruas e praças
Atrapalhando o trânsito já pouco congestionado
O que pensam essas pessoas?
O que não pensam essas pessoas?
Vamos demorar bastante para decifrar
O enigma das perguntas
Reuniremos os mais notáveis
De presidentes a chefes de tudo
Dos tribunais aos que sabem tudo
Um dia descobriremos o que dizem
Nossa língua é muito complexa
E os dialetos nos confundem
Com a mais alta surpresa
Da descoberta do nada
Dizem com a voz das alturas:
"Não tenham pressa
Porque se depender de nós
Que estamos nas alturas
Palavras ao vento...
O amanhã não chegará!"

 

 
 
Poema publicado no livro "Anuário da Nova Poesia Brasileira"- Edição Especial - Maio de 2017