Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

 

Bem redondo


Quantas vezes nos é mostrado
Mas não enxergamos para não sermos culpados
Ou fingimos que o que vemos não é real
Para não ter envolvimento, vemos como natural
Cenas duras, injustiças, movimentos cruéis
Lavamos as mãos e acariciamos os anéis
É muito mais cômodo distorcer a visão
Para não se envolver com um irmão
Falta amor, falta generosidade
O arrependimento fica para a saudade
Basta um só gesto de carinho
Para ninguém se sentir sozinho
Um simples abraço
Bem redondo e envolvente com um laço
Ou mais simples e menos custoso
É abrir um sorriso amoroso

 

 
 
Poema publicado no livro "Anuário da Nova Poesia Brasileira"- Edição Especial - Maio de 2017