João
Francisco Lins Maciel Borges
Belém
/ PA
Canto
de louvor ao sofrido lavrador
Destemido
lavrador, onde estiveres,
Sei que ouvirás esta saga de louvor
Perpetuando na memória da história
A grandeza de caráter e teu valor.
Do suor do teu rosto crestado vinha o alimento
De que todo ser humano necessita por igual
À farta, porém, só na mesa dos mantedores
Deste sistema escravista, cruento e desigual.
Tuas mãos calejadas jamais podiam fraquejar
Teu corpo sofrido não tinha direito a jazer
Olhava por céu à cata de um milagre divinal
Que oferecesse um modo indistinto de viver.
Finou-se na cova rasa a matéria apodrecida
Mas a energia do teu espírito magnânimo
Tremulará garbosamente no glorioso pendão
De quem encarou sem medo a morte pela vida.
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