Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 102- Julho de 2013



 


Sandra Berg
Belém / PA

Alma nativa

A floresta dança, geme, chora,
A floresta ira-se,
A floresta vigora!
Minha alma irmana-se aos sons, aos mitos,
Aos ritos contritos no ventre da selva;
Alma bicho – gente minha alma de flor
Vitória régia cativa do rio,
Minha alma Maíra ira da arara juba
Minha alma de chuva
Se desmanchando no atol.
Do húmus retinto da terra parturiente, germina,
Nutrindo – se feito semente
Negra semente do ingá,
Alma curiboca, bicho do mato,
Matinta que resiste,
Alma nativa,
Jaguatirica embrenhando a cria para resguardar,
Catitu indomável,
Jupará arisco,
Ariranha feliz no lar!
Atenta, minha alma vigia,
Tem a intuição
Para saber decifrar o bicho
Na constelação.


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