Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

Fala, fala de mim

Sibilam nas minhas cordas notas estridentes
A chuva cantarola uma música dormente
Passam por mim corredeiras de indecisões
Não quero viver tua prisioneira nos porões
Nas buscas incessantes e frias sem te encontrar
Basta de esperas, de dúvidas sempre a soluçar
Quero-te desnuda, limpa, clara e sem censura
Mostra-te, aparece e revela-te sem candura
Não tragas fantasmas ilusórios e feios
Chega de invenções, quimeras e freios
Quero- te aqui para desacatar a memória
Enfrenta-me! Não tenho mais medo da história
Não vou mais me render aos pés da vida
Estás entre o alfa e o ômega escondida
Quero-te inteira! Não sejas bandida
Vem verdade, corrigir minha biografia
Vem na pureza do novo dia
A desconfiança é o pior medo
Vou descobrir o teu segredo
Quem guardou-me no ventre, de quem vim?
Vem verdade, fala! Fala de mim...