Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

Vozes da rua

O grito surdo
Muda!
Essas vozes que batem na porta da casa
Vem da rua ou gritam aqui e vão para fora
E ecoam faiscando como brasa?
Esse grito não é meu nem teu, é da hora
Voz retumbante, agonizante
Pela paz e pela liberdade
Som de passos, fortes passantes
Atrás dos muros da cidade
Vozes que foram abafadas
Peitos rasgados e lacrados
Mãos amarradas e mãos apartadas
Pés que caminham soldados
Noite escura lua escondida
Estrelas que brilham, cintilam
Na rua voz molhada dolorida
Na madrugada ventos sibilam
É noite minguante de amor
O dia míngua não clareia
É sonho e dor
É lua na rua cheia.
Minguante
Míngua o povo e a língua
A voz cala a fala
Silencia a nova geração
Estrela no peito abala
Às margens plácidas do coração