Marilena Chigueko Taba Watanabe
Brasília / DF

Canção da noite escura

Canto o mundo
Em eterno desalento.
Diante de nós a descrença,
O horror,
O desencanto.

Sigo a marcha do tempo
Pelos vastos campos minados.
Diante de nós a noite
Cada vez mais negra,
E as nuvens
Cada vez mais densas.

Mas nada
Me tira o sonho
De conspirar com as estrelas.
Só eu e elas sabemos:
A noite tem seus segredos.

E sigo em frente cantando,
Semeando canções ao vento.
Mesmo tateando a esmo,
Canto a alvorada,
Espanto o medo.