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Carlos Marcos Faustino
Tupã / SP

 

O tardio das horas

Que me importa o tardio das horas,
Já derramei pelos vãos dos meus dedos,
Todos os meus medos, desvendei segredos,
E estou de partida de bem com este tempo,
Seguimos juntos, jogamos fora todos os rascunhos,
E deixamos pra eternidade o que passamos a limpo.

Que me importa o tardio das horas,
Existem tantos versos que me falam de saudades,
Estão também nas canções que vão comigo na bagagem,
E este sorriso que no meu rosto estampado fica,
É pra que tu sorrias também na nossa despedida.

Que me importa o tardio das horas.
Tudo é um eterno recomeço,
O sol que se despede no final da tarde,
Desperta e resplandece em luminosidade,
Mal a madrugada apaga a noite e o dia nasce.


 


   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 116 - Setembro de 2014