Carlos Eugênio Sombra Moreira
Russas / CE

Torvelinho de ilusões

Quero um amor que se perca no infinito
Entre as rosas e as bromélias
No jardim das emoções.
Quero um amor que me traga sensações
As mesmas, de uma melodia soando:
Os gritos estridentes dos pássaros
O sopro do vento úmido e acerbo
E o coaxar espaçoso dos sapos.
Quero um amor que desvende a esfinge das estrelas
E entre a sutileza das flores e o redemoinho
Seja um porto de ventura
Um aconchego no ninho.
Quero um amor que exale no espaço
A fragrância que se evola das flores:
Suave, doce, melancólica, açucarada.
Quero um amor que se entregue aos desejos
Assim como as nuvens no céu esponjoso
Torna-se única, opaca e viril.
Quero um amor que não seja juvenil
Para que eu desvende com maturidade
Os mistérios de uma alma apaixonada.
Quero um amor complacente e verdadeiro
E que seja simplório, na complexidade do tempo
E que seja por inteiro, sem discórdia ou lamento.
Quero um amor que aplaque as dores
Que me tire da face, a tristonha contemplação
Para que eu possa mergulhar nesse amor
Sem turvar o brilho de uma insigne paixão.