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Fernando Jorge de Araujo Aguiar
Recife / PE

 

Ofício do poeta

Quando caminhas à procura da poesia, és poeta,
porque entre ti e a natureza existe uma delicadeza
que te faz amigo e íntimo dela.
Serás  um poeta quando andares à noite, fazendo-te cúmplice
do  silêncio da brisa e das estrelas,
e a todos, cantares tua terra, e tornares conhecida a palmeira do teu jardim.
És poeta quando apregoas aos teus concidadãos, que todos sentimentos
de paz deverão chegar a todos os confins do mundo.
E acreditares que tua mulher, tua amada será tua salvadora.
Poeta serás quando fores capaz de amar e de encontrares
no mundo feminino de tua amada ao ponto de  extraviar-te.
E quando fores como as crianças, e te fizeres irmão da árvore
Amigo da galinha e fizeres visitações em todos os planetas.
Só serás poeta quando teu companheirismo for só com o amor.
E quando cantares também a ti mesmo, teu corpo, tuas vestes, teu cheiro.
E quando arregaçares as mangas para o trabalho.
És poeta de várias formas, e com o canto que cantas a paz
que cantes também a luta, contra os exterminadores da vida.
E quando denunciares nos teus cantos, as devastações
os assassinos  dos mares e das matas,
e cantares o desencanto da criança,
e em lamentos a dor das mães da “Plaza de Mayo,”
és também poeta.
Quando andares às margens das avenidas urbanas,
e vires a miséria confiscada no mais secreto do ser,
chorarás, porque és um poeta
e tua dor é denúncia
que é também poesia.



   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 124 - Maio de 2015