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Bruno Félix
São Sebastião do Paraíso / MG

 

Do coração

Talvez eu seja um poeta assim, à moda antiga.
Gosto de rimas, whisky, sonetos, um bom vinho.
Durmo mal, como bem, acordo cedo quando convém.
Tenho a poesia como uma boa inimiga
Não entro em briga, mas muitas vezes brigo sozinho.

Escrevo quando triste.
Feliz, escrevo também.
Às vezes o faço ferido.
Às vezes por ferir alguém.
Às vezes, poeta fingido.
Às vezes fugido do além.
Um tapa no pé do ouvido
Carícias, momento zen.

Sigo assim, à moda antiga: obrigado, passo bem.
Da velha escola só não quero a tuberculose.
Quero morrer assim, à moda antiga: do coração.
E a conversa no velório vai seguir mais ou menos assim:
“Foi infarto do miocárdio? Ele tinha hipertensão?”

Não.

Parece que foi um verso obstruído
Por um acúmulo de poesia no peito
Diz que uma estrofe deu defeito
Morreu com o bom coração partido.

 

   
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 125 - Junho de 2015