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André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

Erros...

 

I
Quero te falar da sombra que me traga
Ela faz o meu entardecer tristonho
Eu ensimesmado ao dormir sem sonho
Luz eu peço a pérola do céu me traga...
Sol inconfidente que se foi na vaga
Última do mar ao litoral risonho
Leva a verdade e fica um quê medonho
Bem nos meus segredos onde o medo vaga...
Toda noite chega ao mar, espelho d'água
Guarda a minha imagem noutro espelho a mágoa
Um reflete a lua, outro a alma nua...
Alma, minha alma... Ando em cadafalso
Vejo a minha forca em cada acerto falso
Peço a redenção, mas o amanhã recua...

II
Não sou mártir nem em parte bom samaritano
Sou alguém que se procura ao fim da tempestade
Infeliz, contento-me com a rés felicidade
No insurrecto verso de um poeta em mim "cigano"...
No profano alento imerecido do engano
Ao caminho eu caminho ainda em veleidade
Procurando um firme rastro de serenidade
Vou tornando em brisa o ar... Senão, um minuano...
Cala-te ó sombra toda dos segredos meus
És herança minha... Nas lembranças dos ateus
Ao desabitado coração, minha fé implora...
Mas, a luz lunar beijando as ondas sobre o mar
Ilumina à escuridão meu barco a navegar
Rumo ao porto do meu ser, ao sol que esplendora...

 

 


 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 137 - Junho de 2016