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André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Todas as manhãs

 

Todas as manhãs, procuro
Um verso no escuro...
No perigo da jornada voz silenciada...
Sigo cego o meu instinto
Sem visão consinto...
Há pegadas em meus passos
Nesse tempo escasso...
Logo vem a luz que é cega
Tudo em mim renega...

Pego um verso clandestino que sem ter destino,
Vem em minha companhia
Mas, nem desconfia...
Intenciono aprisiona-lo
Como o meu vassalo...
A fronteira eu atravesso
Com aquele verso,
Mas, poesia, vai se cala...
Na manhã preclara,
No clarão agudo
O meu verso perde a fala
E... Meu poema fica mudo...

A palavra então flutua Sobre a folha nua...
Eu humildemente peço
Novamente ao verso...
Deixe-me mais uma vez
Na mudez do olhar
Como o marulhar do mar
Tua placidez... E permite a poesia
Repousar na pena
Um poema e mais um dia
Na manhã serena...

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 143 - Novembro de 2016