Henrique Junior
Timóteo /MG

Enfim, viver

A morte não lhe cai bem
Por gostar tanto da vida,
Mesmo quando as flores
São em forma de feridas.

A razão do seu sorrir
Jamais será entendida,
Há uma máscara a vestir
Uma face desfalecida.

A testa franzida
Encobre muito sofrimento,
Mas busca forças na alma
Onde guarda o acalento.

Tanta insistência
Parece algo em vão
Mas sustentar o sim
Desafia qualquer não.

Corpo cansado
Quanta fragilidade neste ser
Mas encontra sentido
No simples viver.

Quando calar o pulsar
A vida será terra.
Enfim continuará
O ciclo que não se encerra.