Zulmar Tamburu
São Paulo / SP

Há quem diga

Há quem diga que passou
Uma vida sem riso e alegria
E só ansiava tê-lo junto a si
Quanto mais o tempo corria
Mais distante dele se achava
Em seu pensar foi envelhecendo
E apenas com aquele vestido
Desgastado pelo tempo se vestia
O de que ele tanto gostava
Olhou através do vidro da janela
Só mais uma vez para vê-lo passar
Já cansada deu adeus ao seu pranto
Da rotina que a acompanhava no tempo
Apagou em sua alma a lamparina
Com seus olhos ora entardecidos
Recolheu-se para viver na penumbra
Desse canto que só a ele pertenceu
E que em algum momento do passado
Sem saber como a paixão se perdeu
Os sonhos e desventuras se foram
Deixando ao seu aflito coração fadado
Um indelével e profundo vazio
São amarras das quais quer se libertar
Deixar de ser a cordial prisioneira
No coração uma nova janela abrir
Uma nova felicidade encontrar.