Bruno Reis Bonfim
Rio de Janeiro / RJ

 

Defina-me

 

Sou inimiga da sanidade, conduzindo a todos pelo caminho da ingresia,
fazendo-os esquecer temporariamente dos seus amores ausentes que impedem suas vidas.

Sou rebelde e também desregrada! Faço da noite o meu refúgio, contudo, não fujo!

Vou até o fim das consequências, fazendo-te meu escravo convicto, relapso aos desejos perdidos. Não discernindo a realidade do amor, dos devaneios da paixão desmedida.  
   
Sou capaz de disfarçar minhas maldades, seduzindo-te nos bares, gafieiras, tabernas e botecos da vida. Oferto-te substâncias amáveis, amenizando sua dor, com se fosse morfina.

Nos meus braços o frágil sempre se esmaece e, como um anjo adormece, perguntando, emfim, a minha graça outrora esquecida!  Com pungência penetrando em sua alma, mui prazer me apresento, “eu sou a boêmia!”

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 145 - Janeiro de 2017