Debora S. Benevides
Duque de Caxias / RJ

 

 

Um pouco, um todo

 

Eu menina flor, cantando sonhos antigos
Esquecendo quase que por completo
Do correr dos anos em minha face
E por tanto tempo andei errante
Tentando me encontrar na felicidade de outro alguém.

E nessa estrada cercada de interrogações
De sandálias sujas e gastas
Não havia nada, nem mesmo um espelho ao qual pudesse me olhar
Hoje sei que nasci desse jeito distinto, torto.

Difícil mesmo nesta vida é achar seu rumo, encontrar seu eu
Aos poucos fui aprendendo que o ser nasce assim
Nada mais é que a junção de um pouco, que de pouco em  pouco
Se  torna mais que um todo, e um todo pode ser o que quiser
Pode ser do tamanho do mundo, ser menos ou ser mais, muito mais.

E cá estou juntando meus pedaços
E fazendo de cada passo
O encontro do meu ser.

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 146 - Fevereiro de 2017