Anchieta Alves de Santana
Uruçuí / PI

 

 

Um canto de saudade fraterna

 

 

Ainda não faltou um dia, mano. Nenhum!
... Em toda essa eternidade de tua ausência!
Que o sol não brilhasse
Para não ofuscar
Tua beleza agreste nem o cantar dos pássaros
Nas goiabeiras do quintal.

Mas, faltou alguma coisa.
Ah! Faltou, sim!
Faltou o brilho dos teus olhos
E seus raios de ternura infinda!

Ainda ontem ouvi um canto
Que parecida ser do mesmo sabiá
Que todos os dias encantava
Nos galhos da laranjeira
Só para te agradar.

Deus quis, meu irmão
Que tua ida para outra dimensão espiritual
Fosse antecipada!
E, caprichosamente, que o sabiá cantasse
Todos os dias ao cair da tarde
Apenas para tornar viva
Tua prazerosa presença.

Quando fenece um sabiá, vem outro pássaro!

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 147 - Abril de 2017