Héber Vicente Bensi
São Roque/ SP

 

 

As crianças da guerra Síria

 

 

Para onde vão as crianças da Síria?
Na guerra indecente, injusta e exterminadora
de sonhos...
Onde as crianças guardarão seus brinquedos?
Onde estará o amanhã nessa tristeza sem fim?
Doces crianças da Síria.
Estão exaustas, são como grãos de areia levados pelo vento.
Peões crucificados no covarde jogo da guerra
Explodido em poder.
Bodes expiatórios humilhados pela selvageria ignorante.
Dor inexplicável das ações desumanas por territórios.
Onde estará o amor no meio da poeira da guerra?
Sem medidas,
Sem deveres,
Ou garantias?
Onde estarão a inocência e os brinquedos?
Perdidos,
Mortos,
Incendiados,
Com a alma retirada e enterrada sem oração.
Deus, cuide das crianças da guerra,
A sobreviverem com luz além da escuridão. 
Porque na guerra todos perdem. 
E não há um lado bom ou mau.
Só existe a ignorância e as armas na poeira, onde a dor e fracasso
São levados pelo vento, 
Mas cuja dor não se apaga.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 147 - Abril de 2017