Daniel Alves Marques
Itaparica / BA

 

 

Amor sem sentidos

 

 

Tempo infinito, espaço algoz
Por muito apanhei do acaso
Afoguei-me em poços rasos
Mas havia a calma da voz.

Até o infinito por vezes chegava
Com ele o som e o espaço
Eu tinha a vida nos braços
Tônico de luz que me guiava.

Hoje acaso, o que me resta
Um brilho opaco, uma fresta
Incômoda saudade aguda

Que então fere o que não vê
Por não conseguir esquecer
Embora cega, surda e muda.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 147 - Abril de 2017