Heitor Baldo
Amparo / SP
Olhares apagados
Olhares opacos
É tudo que consigo enxergar
Nos frígidos e indistintos semblantes
Com os quais colido meu olhar sobressaltado
Onde está a luz que vinha de dentro?
Onde está toda a transparência?
Espíritos apagados
O quanto você é transparente?
Desassombrado de mentiras e pensamentos soturnos?
Espírito cândido?
Puro, singelo, sincero e transparente?
Limpo e verdadeiro?
O desabrochar sincero da luz no olhar
Apenas é possível em almas transparentes
Todavia é complexo e laborioso
E paga-se um altíssimo preço
Para obter-se a transparência
Estando imerso no convívio fortuito e emporcalhado
Com pessoas casuais desta sociedade
Decaída.
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