Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

 


Cecília Meireles

 

A menina tímida e recolhida
Era uma observadora silenciosa
“Apalpava” objetos... com olhos fechados
Mesmo vendando... seus belos azuis esverdeados
Descrevia com perfeição o que não via

Não havia mais como segurar o ímpeto de criar
O isolamento e a quietude da então jovem poetisa
Ficaram aprisionados por tempo limitado
 Naquele cérebro iluminado

Houve a “explosão”
Vindo à tona os versos  
Dando vida à nossa escritora de maior expressão

A solidão e o silencio já não tinham a freqüência de antes
Mas não abandonaram a “casa” em que viviam
Os dois substantivos continuaram sendo “usados’
Como um balsamo que traz alivio a corpos cansados

A intensidade lírica de seus versos
Provocou desejos...
Aos pertencentes à arte dos cantos
Em “cobri-los” com notas musicais
 
Foi plagiada... e amada por quem a plagiou
Fagner não esconde o fascínio pela poeta

Leu... releu... e meditou
E o poema “Marcha”
Na bela canção
“Canteiros” se transformou.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 150 - Julho de 2017