Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

De repente

 

De repente, do nada nasceu um caos-no-mundo
E pariu no centro da margem
Meninos e meninas descalças e desnutridas
Pária de um mundo sem sentido e razão.

De repente, da arte nasceu um encanto
E tudo voltou a ser novamente
Como nos velhos tempos...
E o fogo primitivo aquece a alma do deslizante verso
Escrito por um poeta que com o toque da pedra na pedra
Produz fogo poético, caminhos de um pensador...

De repente, o tempo se perdeu no efêmero instante
E a natureza se enfureceu em sua desgastada agonia
Cobrando o retorno deste mundo que a sangrou...

De repente, o vazio habitou o sentido
E cegou toda essa gente que insistiu em maltratar
O que Deus assim de graça nos deu:
A bela e infinita poética natureza!

De repente, tudo aconteceu de repente
E de um som, o gemido sentiu no horizonte
O interromper de um caminhar sorridente
E paralisou para sempre a voz do sonhador...
De repente...
Tudo aconteceu de repente...

 

(A Marlus, em seu sentido humano!)

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 151 - Agosto de 2017