Abraão Leite Sampaio 
Governador Valadares / MG

 

Fagundes Varela

O literato que “caminhou” sob a linha de devaneios
do poeta britânico Lord Byron


‎Luiz Nicolau Fagundes Varela
O poeta que sentia prazer
Ao “abraçar” com profunda ternura
A ausência da alegria de viver

Os elementos de seus textos poéticos...
Evidenciavam a “dor” que sentia
Demonstrando que em seu coração
Não havia espaço para a “Euforia”

Mesmo externando “sorrisos” à natureza
A cessação da vida era por ele “cortejada”
Desejava este “encontro” com certa freqüência
Achava que o “berço transcendental” o livraria do mal

Era ela... a famigerada e indesejada Morte
Que pairava sobre sua mente como solução
“Desenhando” o encurtamento do caminho
De sua desgastante e incontornável desilusão
  
Vivia como se estivesse em luto eterno
Causado pela dúvida, tédio pela vida e boemia
Mas estas aflições que tanto o importunava
Não o induz a uma poesia “Fria”

  Seus versos e estrofes são “revestidos”
Com um extraordinário conteúdo...
Resultado de um árduo esforço  
Ao buscar o atalho que o desviasse do caminho “Cinza”

Ao descortinar a escuridão “que não era por ele indesejada”...
As frestas “permitiam” a entrada de brilho reluzente
Momentos em que a cor da tristeza
Mesmo auxiliada “pelos maldosos abstratos”...
Medo, Morte, Solidão e Dor
Não conseguem desviar seus traços
Que denotam profunda habilidade
 Em delinear comoventes dramas de amor

A insistente “Ventania da maldade”...
“Soprava” a seus ouvidos: desilusão, pessimismo e o egocentrismo
Iluminando-lhe apenas o caminho da fuga da realidade

Mas a mente criativa não se curvou... “ao que ouviu e sentiu”
Com “dor na alma” e o corpo totalmente alquebrado
O brilhante poeta criou uma extensa produção intelectual
 “Cântico do Calvário”... Versos irrigados com lagrimas...
Assim podemos definir seu poema excepcional.

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 166 - Novembro de 2018