Matheus Souza Zanardini
Cascavel / PR

 

 

Condenado a sonhar

O sonhador afogado nas areias
Posta-se em brilhantes, em sua nova masmorra
Cujos luxos vívidos aveludam a pena
De enfeitiçar a sorridente escuridão

Prisão dos inanimados, lar de seus sonhos
Jazem os castelos, por batalhas invisíveis
Onde, sob a sina da solidão exilada,
O sonhador põe-se livre a sonhar

Deve-se amar, onde prantos se encontrarem,
Livrando a dor de seu triste encanto
Formando asas, a partir do oceano
Para fugir das noites amargas de outono

Tramando e cenas e pinturas seus sorrisos
Sorrindo aos cantos em voz amiga:
A doce e afável voz da poesia;
Que floresce até mesmo em terrível cárcere.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 181 - Março de 2020