Gelcio de Barros Sormani
Brasília / DF

 

 

A paz dos ingênuos


Dou-me a paz dos ingênuos
- aqueles que só veem pelas venezianas -
que fechadas, obscurecem a vida
e garantem, apenas, farrapos de ar.

Dou-me tal direito, por inglória opção,
pois que para Dom Quixote não me faltariam lanças,
mas sim, os estigmas da honra
e a coragem dos heróis.

Dou-me a paz dos ingênuos
- essa ignara e torpe alcunha -
para nomear, envergonhado
a minha indisfarçável covardia.

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 184- Julho de 2020