Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

Virada paradigmática pós-pandêmica


Tempo de pouco aperto de mão!
Jardins a florir novos desabrochamentos…
Hospitais psiquiátricos a atender muitos dos que foram tocados
Pela indesejável dor distraída dos corpos sobreviventes!
Os aeroportos, poucos visitados…
A indústria do capital selvagem readapta-se aos novos tempos
E o “suspense” apodera-se dos humanos mortais!
Cenas de corpos nus no deleite de beijos e abraços
Desaparecem das novelas, dos seriados, das ruas…
Uma invisível sensação de incompletude toca-nos profundamente
Dando aos poetas uma escrita ferida em sua essência primitiva…
O Brasil dos brasileiros sobreviventes pós-pandêmicos
Vê-se diante de uma filosofia de vida mais próxima da natureza
E de mãos dadas, homem e natureza, se olham, se tocam!
Num de repente toque sublime disciplinado e sacralizado…
Iluminados por uma radiante desobediente epistemologia
Que dispersa o ser, mas não o impede de continuar a ser
Distraído, individualista, cartesianista, contraditor
Dominado ainda por sua essência individualista
Embriagada por desvios sempre errantes…

 

 

 

 

 




Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 186 - Setembro de 2020

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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