Juarez Francisco da Costa
São José do Vale do Rio Preto / RJ

 

 

Cavo e lavro uma palavra

 


As minhas rimas de vento e vela são:
leio, as leem ou não, e se vão,
quando se fecha o livro
ou a página se vira.
Em folha solta ou em tira
eu as dou a um vento
que creio sem volta-tortas,
coisa que não importa...
Quando voltam, são elas mesmas ou outras,
filhas das primeiras ou sem parentesco, revoltas.
Palavras que voltam sem prumo.
Às vezes rimam e se (des)rimam,
um poema empinam e em titubeante bloco,
reclinam, tortas na origem,
entortadas no alto e na vertigem.
O verso inclinado tudo inclina e,
tudo, inclinado, ficará fincado em mim,
profundamente na alma/mente
até não sei quando.

 

 



Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - vol. 190
Novembro de 2020

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
Anote camarabrasileira.com.br/apol190-025.html e recomende aos amigos