Juarez Francisco da Costa
São José do Vale do Rio Preto / RJ
Cavo e lavro uma palavra
As minhas rimas de vento e vela são:
leio, as leem ou não, e se vão,
quando se fecha o livro
ou a página se vira.
Em folha solta ou em tira
eu as dou a um vento
que creio sem volta-tortas,
coisa que não importa...
Quando voltam, são elas mesmas ou outras,
filhas das primeiras ou sem parentesco, revoltas.
Palavras que voltam sem prumo.
Às vezes rimam e se (des)rimam,
um poema empinam e em titubeante bloco,
reclinam, tortas na origem,
entortadas no alto e na vertigem.
O verso inclinado tudo inclina e,
tudo, inclinado, ficará fincado em mim,
profundamente na alma/mente
até não sei quando.