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Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

Coração faminto

Quando via casais abraçados, enlaçados.
A alegria emanada através do amoroso par
Uma luz irradiada no brilho iluminado do olhar
Aquela auréola dourada unindo os enamorados

Despertava em mim uma emoção diferente
Que não era ciúme nem a inveja maldosa
Enredava-me um vazio, uma falta preciosa.
A energia que fluía no meu ser, era impaciente.

Sentimento de ter perdido o último trem
De ter chegado triste ao final da oração
De estar sem o total controle da situação
De viver sem rumo num eterno vai e vem.

Passa um véu de vergonha pelo que sinto
Busco a solução para tomar uma atitude
Meu íntimo solta um grito rouco: mude!
Vasculho ao redor de um coração faminto.

Procurando aceitar a vida como ela é
Juntei todas as migalhas num cantinho
Apaguei rastros desenhados no caminho
Reinventei ilusões pintando sonhos no rodapé

Com o interior claro, renovado e sedutor.
Livre das nefastas sensações de condenar
Sem a dúvida cruel de nunca me apaixonar
Conquistei também meu grande amor.

 
     
 
Publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - Volume 50 - Novembro de 2008