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Edmilson Soares dos Anjos
São Paulo / SP

 

 

Quantas vezes, Senhor

Quantas vezes, Senhor, me hei perdido
E da via da virtude divagado.
De vícios e prazeres consumido
Trago no corpo a marca do pecado.


Tanta angústia, Senhor, me há ferido.
Meu coração está despedaçado.
O fel de toda dor hei já sorvido.
Eis-me aqui de sofrimento coroado.


Mas não te engane o ver-me constrangido
De escarro e dano conspurcado.
Sou o mesmo, Senhor, que em tempo ido


Tu havias ao céu predestinado.
Sou aquele por quem tu hás morrido.
Sou aquele que tanto hás amado.

 

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Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 76 - Abril de 2011