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Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

 

A borboleta e as sapatilhas de ponta

Sopra o vento com força e é do casulo libertada.
Toca a música e as sapatilhas já estão calçadas.
As asas estão novas ainda muito amassadas,
Os pés estão comprimidos nas sapatilhas apertadas.


A música da natureza continua sem parar,
O ensaio com os pezinhos doídos a bailar.
É muito difícil aprender esticar as asas e voar,
Difícil demais encima dos dedinhos dançar.


Insiste num esforço, quer desistir, não leva jeito...
Parece que nunca vai conseguir voar direito.
Cai uma lágrima e sente falta dos brinquedos,
Vontade e desejo esticam as asas e os dedos...


Asas estão a despontar no mais belo colorido,
Dedinhos cheios de bolhas, muito doloridos.
Ensaia as asas ainda úmidas e inseguras,
Com a face molhada sobe trêmula na ponta dura.


O palco se abre e a orquestra natural ao entardecer,
Afinada toca a mais linda sonata para o pas-de-deux.
Desfila voando com as coloridas asas divinas,
Num salto de ponta entra a mais bela bailarina!


Ao maravilhoso espetáculo aplaude a platéia!
É a mais emocionante e singular epopéia,
Nunca se viu um balé de tamanha monta...
Bailarina com asas nas sapatilhas de ponta!

 

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Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 76 - Abril de 2011