Vicência Maria Freitas Jaguaribe
Fortaleza
/ CE
Acostumamo-nos
ao silêncio
Acostumamo-nos a ser silentes.
Aquele silêncio reticente
O silêncio ambivalente
O mais das vezes, conveniente.
Às vezes ele ameaça cair sobre
nós
Engolindo o dito e o não dito.
De repente nos sentimos sós
Reprimindo de nossa dor o grito.
Mas o silêncio alimentamos:
O silêncio é uma grande muralha
Atrás da qual nos guardamos.
E em desespero jogamos a toalha
Retirando-nos do centro da luta:
Não desejamos nova disputa.