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Maria Olina Cardoso Feijó
Pelotas / RS

 

 

O pó da carne

Escreva histórias no afresco esfolado da vida
Use pinceladas de cal na face
não espere o sepulcro das flores mortas
Faça arte. Traquinagem na corda bamba do equilibrista
escorregue no telhado, como um felino sem cauda
Sorria com alegria. Mostre a prótese do esmalte falecido

Esqueça:
as lágrimas esturriquiadas no caminho
Os intocáveis percalços da vida
os joelhos crescidos pelo tempo
a idade do condor
Arregale os olhos para o tempero esquecido!

Lembre-se:
Da marcha nupcial dos lençóis macios das iniciais
da cauda esplendorosa, dos lírios eternizados
das noites embalantes do filho acariciado
com amor e dedicação maternal
Viva as matizes do colibri
Desfrute do tempo que lhe é concedido
na graça alcançada
Eternize-a. Enquanto aqui estiver

Quando o relógio do tempo parar, cubra-se de terra
Volte a ser o relicário da vida
o pó da carne

 
 

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Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 76 - Abril de 2011