Leda
Maria Messias da Silva
Maringá
/ PR
Queimadas
O
planeta sufocado, resseca,
não consegue respirar.
A fumaça apaga a última chama,
de esperança, contida no ar.
Ao invés
de claridade,
obscuras nuvens negras.
Labaredas que invadem,
O solo devassado pelo fogo,
ressecando, ainda mais,
a estação que já é seca.
Não
há vida, não há luz,
porque opaca é a sua claridade.
Somente a certeza mais negra,
a mais dura realidade:
Um homem acendeu esse pavio,
da ganância mais vil, da ignorância à maldade,
da destruição mais cega, ambiciosa e mais covarde.
Queimado
como um carvão,
sem brasas, sem combustão,
consumido pelo egoísmo,
assim é o seu coração.
O retrato
do homem,
Que não se emociona com a natureza,
que queima o seu próprio chão,
marcado com a sua dureza,
sem pensar nas consequências,
sem pensar na humanidade,
na vida, na longevidade,
tem em sua face uma alcunha: Covarde!