Rozelene
Furtado de Lima
Teresópolis
/ RJ
À
sombra dos vaga-lumes
Beijos
que não quiseste sentir
Aguardam nos meus lábios
As palavras que recusaste ouvir Não
pertencem mais aos sábios,
Nem aos dicionários. São tuas.
Estão em poemas e sonetos em rima
Escritas nos quartos das luas.
São conteúdos da minha obra-prima.
Abraços fortes que rejeitaste São
círculos moldados no vazio
Que sem noção desperdiçaste.
Depois da despedida, não vivo, vadio
Em manhãs de vaga esperança,
Tardes de frias quimeras,
Noites de longa espera
E madrugadas orvalhadas de lembranças.
Ardo no fogo da saudade
Estás tão distante e eu tão carente
Carrego no peito a louca vontade
De ter teu amor novamente
Com a desculpa esfarrapada em seda
Fiquei à sombra dos vagalumes
Esperando passares na nossa alameda
No trajeto que sempre fizeste
Para devolver, como é o costume
A aliança e mimos que me deste
Presenciei uma cena crucial
Pisavas sem piedade e devagarinho
Matando como se fosse um ritual
A paixão que deixei nos teus caminhos
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