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Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 79 - Julho de 2011

Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

Saudade do primeiro amor

 

Saudade é um hiato no sentimento
Semelha à folha levada pelo vento
Que se desprende com vontade de voltar
Filha do tempo que vive em qualquer lugar
Tem gosto de água fresca da fonte que doa
Que mata a sede e ao mesmo tempo abençoa
Envolvente, está sempre chegando
Com cheiro de terra e chuva arrumando
O berço para a semente de vida eclodir
Carinhosa, sedutora e prazerosa de sentir
Com humor sem definição, vezes alegria
Outras de solitária e triste melodia
Desenhada em teia na rede da memória
É o amor fazendo à vida uma dedicatória
Amorfa como o conceito de confiança
Saudade não é qualquer lembrança
Saudade é sombra amiga na estrada
Está sempre bem acompanhada
De momentos felizes que não voltarão
De pessoas que partilharam com coração
Tenho muitas saudades para desperdiçar!
Quanto mais lembro mais quero lembrar
Saudade ruim mesmo é do que poderia ter sido
Tudo que você e eu poderíamos ter vivido
Dentro do peito trago tatuada em flor
A preciosa saudade do meu primeiro amor



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