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Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 84 - Dezembro de 2011
Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

Sala de espera

 

Sinto-me na antessala
Nenhum som nenhuma fala
No aguardo, na espera, no altar-mor.
Um vazio enorme ao redor
Por dentro um enorme vazio
Sensação de que algo vai mudar
É como se fosse começar
Se o palco fosse abrir
Se a terra quisesse sorrir
Não vejo a pressa
Nem o relógio me acessa
“É tarde, é tarde”
Pouco importa meu nome
Não tenho fome
Sumiu o cansaço
Sobrou abraço
Esqueci o que eu queria
Deixo para outro dia
Perdi minhas anotações
Libertei as ilusões
Parece que a festa acabou
Que a sede passou e o jarro quebrou
Não importa mais se o vento levou
Nada me angustia nem me assedia
Tenho você ao meu lado
O túnel está todo iluminado...
Disparou a sinal de alerta
A porta foi aberta
É a paz... a doce paz


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