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Alessandro
Rezende Guimarães
Itatiaia / RJ
Inverno
Eis que, enfim, se fazem breves os dias.
Subo a colina sem o calor de sua mão à minha.
Tudo é silêncio a fraca luz do entardecer.
Sob o céu, vermelho e frio,
Sopra triste e seco o ar.
Cerne exposto, retorcido.
Seiva às margens do olhar.
Procuro a trilha que nossos pés deixaram.
Mas de nós não há vestígio, as chamas levaram,
Restando o crepitar de um peito a padecer.
Sobre a terra, agora cinza,
Soçobrara em fogo a flor.
Suscita ardor a imagem finda,
Sucumbida à luz do pôr.
Fico imóvel, feito árvore em agonia.
Buscando no horizonte sentir a companhia,
De quem cedo partiu feito fuligem no ascender.
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