Rozelene
Furtado de Lima
Teresópolis
/ RJ
Dor em espiral
Um
calor toma conta do meu peito
Como se o coração fosse imperfeito
Alargando, abrindo espaço e cortando pedaço
Dói de maneira diferente, crescente, pungente
É dor real!
Que se desloca em espiral
Em redemoinho, sem noção de onde parar
Sou sorriso, vez gargalhada ou pranto a ondear
Ímpeto de soltar desejo de reter
Permaneço enleada no verbo ser
Tudo é dolorosamente belo!
Tudo é grandioso, nada é singelo.
Sinto mudança em meus sentimentos
Não consigo controlar os pensamentos
É dor de doer, dor do querer, fininha constante
Esqueço do alimento, não durmo o bastante
Algo que quer controlar, prender e sufocar
Essa aflição dominadora, imperiosa
Essa dor que dói contraditória, gostosa!
Dói tanto até sublimar
Não quero mais lutar
É a dor do não poder, dor mesclada do alvorecer
Saio da estrada, não sei de mais nada
Haja o que houver, seja o que Deus quiser
Aceno o lenço branco e agora não mais esconder
Esse amor querido, proibido, asilado,
Que acaba de nascer!