Fernando de Castro Dutra
Brasília / DF

O retorno do amor

Ainda, minha amada, hei de encontrá-la novamente,
Sentir seu corpo ao meu, na ternura de um abraço,
Beijar seus lábios e tocar sua pele, finalmente,
Dividindo na chama da paixão, o mesmo espaço...
Do fogo ardente, o pulsar de um coração fremente,
Pela angústia do ser ausente, partido em pedaço,
Que chora de dor pelo gosto amargo da saudade,
Sofrida em guerra, pelo peso da brutalidade.

Amor, meu vívido amor, de mim, jamais não se esqueça,
Pois minha espada erguida será o meu cajado e escudo.
Não me renderei nunca, ainda que o céu se escureça,
Que do campo de batalha, eu saia despido e mudo,
Porque terei em mim a força de alguém que me enalteça,
Ainda que eu caia na terra, derrubado, sobretudo,
Ferido e manchado de sangue no corpo e na mão.
Não terá sido em vão, se no amor eu encontrar a absolvição.

Amor, meu doce amor... Atravesso a pior tempestade,
Com esperança de ofertar-lhe de novo uma rosa,
Desbravando as terras esquecidas da sociedade,
Marcadas pela discórdia desumana e furiosa,
Calando do peito o grito sufocado da ansiedade,
Para reencontrar minha amada bela e formosa
E em seus braços, arrebatado, suplicar seu perdão,
Lamentando a dor da emoção, por partir seu coração.