Ivete Irene dos Santos
São Paulo / SP

Em comunhão 

Primeiramente apenas um olho no olho.
Depois, um pensamento:
boca na boca para ler as palavras não ditas,
tirando-as da fonte.
A seguir, um corpo-a-corpo,
a melhor forma de entrarmos na vida um do outro,
sendo dois numa perdição,
num encontro, num desvio de papéis, na experimentação da tese:
interface, entre faces,  entre fases.
Entre beijos,  entre tatos e efabulações:
uma música interpretada,
uma biografia que escrevermos.
Exclamações...
A duras penas por serem mescladas com as interrogações.
Reticências...
Quero-te vírgulas,  coordenando,
adicionando fatos e fotos de cenas que ainda vamos viver.
E assim nessa constância, molduras.
Apenas para extrapolarmos.
O céu materializado ainda será pouco.
E com a boca na boca, a mão na mão, o passo com o passo,
estaremos em sintonia,
fazendo da vida arte
e artes na vida:
amantes amadores!