Poesia publicada no livro "Com amor & Com afeto" - Julho de 2013



 


Gilson Silva de Lima
Itupiranga / PA

Tudo

“Tudo” que eu mais queria, era apenas um diferenciado dia,
Onde a coisa mais importante fosse o amor
A humanidade fosse criança
O dinheiro absolutamente sem valor
O sorriso não a falsidade, mas a esperança,
O ser humano um liberto sonhador
O mundo um carrossel, um parque de diversão,
Da violência nem lembrança, só alegria dentro da televisão,
O reconhecimento de que o homem não é sabichão
Os animais não são irracionais, nem merece da espécie a extinção,
O memorial de que um carpinteiro foi pregado numa cruz cruel
Provou do céu ao inferno puro fel
Tudo para todo mundo usufruir do mel.
Fernando Pessoa pudesse ver que estava errado:
Que o homem não é melhor que uma pedra
A pedra goza da característica eternidade
A adjetiva quietinha lhe cai muito bem
Assim não há curiosidade, não há maldade,
Não há falsos abraços, não há ação e reação,
Não há planos malignos, não há mentiras...
A pedra não tem sentimentos assim não produz emoção
E aqui está a “inferioridade” do homem
Pois, os sentimentos usados incorretamente,
Causam dor, sofrimento, muita destruição!
Apagamento de Deus, revolta, ingratidão.
Gratidão, outra superioridade da pedra,
Que Fernando Pessoa não percebeu
Porque faça inverno, faça verão,
Ela continua no mesmo lugar sem nenhuma reclamação.

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