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Débora Assis Pontes dos Santos
Caratinga / MG

 

Colcha de retalhos

Via-se um trapo rasgado;
Num canto jogado, já quase sem vida.
De alma tão desfigurada, os olhos sem brilho, face desfalecida.
Um pano sem cor e valor, carregava uma dor que não merecia.
Era somente um pedaço, do que lhe sobrara do pouco que tinha.

Nas mãos de um alfaiate, aquele estorvo tornou-se magia;
Aos poucos sendo remendado, pedaço a pedaço, de novo sorria.
Não mais sentia o tormento, nem o desalento que a alma exprimia;
Não mais sentia o cansaço, nem o gemido de alma vazia.

Enquanto ele lhe costurava, mesmo entre em dores, ela renascia.
Sorrindo em graça em deleite, ao novo horizonte, ao céu que lhe abria.

Em meio a infindo trabalho, aquele alfaiate sempre acreditou.
Mesmo estando em farrapos, ponto a ponto 
Ele a remendou
Via-se um belo trabalho, gratificante, tecido com amor.
O trapo que era perdido, já tão esquecido
Renovo ganhou.

Pode-se chamá-lo Analista
Profissional ou Médico meu;
Mas ao meu Alfaiate;
Prefiro clamá-lo
Anjo de Deus.

(Em agradecimento ao Terapeuta e Amigo Eduardo)

 

 

 


 

 

 
Poema publicado no livro "100 Grandes Poetas Brasileiros" - Edição Especial - Maio de 2015