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Manoel Neto de Sousa
Salitre / CE

 

A metafísica do poema

O poema é feito de vida,
esquiva, talvez, intransitiva.
É feito da palavra muda,
do osso da própria vida.
Do pão que o diabo amassa
faz-se a poesia comprida.

Que seria o poema
se estivesse aquém da lida?
Não será o poema
a mera morte que intimida.
Não será o poema
somente a mão à outra unida.
Tampouco será ele
esta manhã que está posta
(e como brilha)...

O poema será, quem sabe,
o último degrau após a subida,
quem sabe seja o dedo infeliz
que alguém põe sobre a ferida.
O poema, quem sabe ainda,
é a flor que jogam sobre a lápide esquecida.
O poema, o poema é o que nem se sabe,
é o mar, escuro ainda.

 

 

 


 

 

 
Poema publicado no livro "100 Grandes Poetas Brasileiros" - Edição Especial - Maio de 2015