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Neide Araujo Castilho Teno
Dourados / MS

 

Impulsos irracionais


Todo ato praticado nem sempre são conduzidos pela razão. Impulsos irracionais podem motivar os pensamentos e gerar instintos profundamente destruidores dentro do individuo. Muitos deles são adquiridos durante a vida pela forma que direcionam as ações cotidianas. O exemplo disso está o medo, aprendido como uma reação frente à situação tida como perigosa.
Outros estão centrados na maneira de agir frente às dificuldades e desafios - ou melhor, os atos são automáticos os que provocam desconforto e desabafo psíquico. O exemplo disso está, por exemplo, um soco na parede, o chute em móveis.
Há momentos na vida em que emoções se manifestam em abundância; tudo é alegria, tudo é bastante! São momentos de amadurecimento e controle da consciência que se alarga e amadurece. A célebre frase “se o tempo voltasse atrás faria tudo diferente” sofre de arrependimentos e atitudes que foram de intenso calor e mal sucedidas. A razão não supera os impulsos por isso pode-se afirmar que ser humano nunca é apenas o ser racional, move a consciência que intimamente ligado à moral, controla os atos humanos.
Todo ato que se pratica é ponderado de maneira subjetiva e carregado de julgamentos que se volta para o juízo de valor, pressupõe princípios morais tanto da boa fé como da razão natural.
Os pais, as escolas, os ensinamentos religiosos explicam que o ser humano deve conduzir a vida de maneira honesta, coletiva e batalhar sempre para o bem e combater o mal, de forma que a condução seja para evitar o que é abominável. Entretanto, a atuação das atitudes trata de algo pessoal, singular; interior e intransferível.
Aqueles jovens enamorados sempre estavam juntos. Não eram casados mais levavam a vida comum a dois. A sogra era companhia inseparável do casal, mas não perdia tempo em criticar os atos da nora. Os desentendimentos foram ficando cada vez mais frequentes dado o costume diverso entre elas.
A sogra não entendia porque a nora não se levantava cedo junto com o esposo. Não compreendia porque a casa não era limpa na parte da manha. Alguns impulsos raivosos eram vistos diariamente ao estender as camas, lavar as roupas, varrer as calcadas. O mau humor estava instalado entre elas.

Os meses foram se passando e a convivência ficava cada vez mais comprometida. A sogra decidiu tomar uma atitude e foi buscar parecer com a vizinha que era conselheira, que depois de muito diálogo resolveu convencer o filho a abandonar a nora. Em casa disse ao filho:
__Melhor você levar seu namorido para casa da mãe dela, pois nossa convivência na mesma casa não será mais possível.
O filho bastante irritado com a decisão da mãe se coloca a favor do namorido e recomenda a mãe que fosse morar com o outro filho em outro Estado. A partir dai a razão foge do controle e prevalecem os impulsos irracionais entre o filho e a mãe. Numa explosão de raiva o filho libera sua adrenalina e desencadeia uma serie de tapas na mesa desfilando toda uma estabilidade emocional:
___Arrume as malas. A senhora parte amanhã para São Paulo. Lá, ao invés, de ter um cômodo só para ti dormir, terás em casa alheia e a companhia de pessoas que julga ser melhor. Perderá a liberdade de abrir à geladeira a hora que quiseres de fazer sua merenda à vontade. Assim serás.
Ao notar o descontrole e explosão violenta do filho sentou-se a poltrona da sala e com muito esforço realizou um exame de consciência acerca dos atos e das consequências danosas, que estava preste a ocorrer em sua vida. Um esforço mental de paciência pode educar a consciência na superação de si mesmo. Ao dominar os ímpetos irracionais da exaltação pode-se dizer do crescimento da força interior.


   
Poema publicado no livro "Contos Livres" - Edição Especial 2014 - Setembro de 2014