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Amanda Meurer dos Santos
Lages / SC

 

Imensidão

 

Por um momento tudo parou, já não sabia mais inspirar e expirar, apenas a música continuava e tomava conta do ambiente em meio ao silêncio, além dos meus olhos que tentavam fixar naquela imensidão, tão linda que só, que obstinava fugir. Não abria espaço algum para ser admirada, corria feito areia nas mãos. 
Me vi em uma maratona sem fim, correndo e correndo sem parar e sem sucesso, mas todo esforço é válido, pois maravilhar tal beleza me traz ânimo. É como se tudo o que me aflige desaparecesse, pensamentos e receios se esvaem. São segundos que me envolvem em uma paz sem tamanho. Segundos que me vejo transbordando alegria. Segundos que perco total controle de mim, paro de respirar e aproveito o pouco tempo que tenho. 
A música ainda tocava e meu coração estava na mesma batida, era um turbilhão de reações, sentimentos e emoções que não tinha noção que poderia sentir sem perder a cabeça. Toda vez que meus olhos se encontravam com a imensidão, eu sabia que queria abraçá-la até que tudo fosse singular. Soube, no momento em que recuperei o fôlego, de que perdi o chão e era tudo real. Era real o que sentia nesses silêncios, a teimosia e a luta por segundos de paz e alegria que viraram horas, dias, meses... A música nunca parou, o silêncio continua a obstinar em envolver o ambiente e ainda perco o fôlego, o controle e o chão, e a imensidão? Ah, meus olhos ainda procuram insaciáveis, pois é a mesma que me mantém mais viva.

 

 

 
 
Conto publicado no livro "Contos Fantásticos - Edição 2016" - Setembro de 2016